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O vampiro de Quixadá

Preço

R$ 0,00

Em entrevista concedida à jornalista Fátima Bernardes, ocorrida nos porões trevosos de sua mente perturbada, o escritor Rodrigo César Dias declarou: “As pessoas sempre me disseram que eu sou estranho. Foi o que eu mais ouvi na vida. Mell Bezzi, uma amiga de faculdade, confessou-me certa vez que, nos primeiros dias de aula, achava que eu iria entrar na sala um dia e fazer igual aqueles adolescentes americanos, sair atirando em todo mundo. Portanto, seria estranho se a literatura que eu faço não fosse, ela própria, muito estranha. O autor seria outro, não eu.”
Como se vê, estranheza é o que devemos esperar de O vampiro de Quixadá, novo livro deste jovem autor nascido em Franca-SP em 16 de março de 1979, mas radicado desde a adolescência em Goiânia. Nos contos que compõem a primeira metade do volume, há um desfile de histórias bizarras e personagens insólitos capazes de arrancar gargalhadas dos mais sisudos e lágrimas dos mais empedernidos, já que a bipolaridade do autor faz-se sentir a cada página.
Tudo começa com o desespero de um vampiro que, enfastiado de uma existência da qual nem a estaca de madeira, nem a água benta, nem qualquer outro meio conhecido lhe permitem escapar, recorre ao auxílio de um alquimista que, na busca do elixir da longa vida, diz ter encontrado a poção da morte súbita...
Daí saltamos para a experiência pedagógica mais sinistra de que se teve notícia até hoje: a idealizada pelo ciorânico João Secarrão, um pai radicalmente pessimista que, visando preparar o filho para enfrentar as vicissitudes da vida, submete-o a uma educação baseada em três pilares: 1) a vida é um horror; 2) os homens não valem nada; 3) a esperança é um mal.
Em Por que é um erro tentar escapar dos erros paternos, Dionísio e Tutu nos ensinam, por meio de seus dissabores e reveses, que não existe um caminho para a felicidade, apenas muitas veredas para o desespero.
A primeira parte do livro se encerra com as aventuras de Propedêutica Lógica e Semântica, uma mulher enraivecida que, depois de ter sido abandonada grávida de quadrigêmeos pelo namorado e mergulhado na prostituição para ganhar a vida, decide se vingar exterminando todos os homens da face da terra.
As crônicas, as paródias e os textículos presentes na segunda parte, com destaque para a sagaz defesa que o autor faz do direito que todos nós deveríamos ter de tirar meleca do nariz, mantêm o alto nível de estranheza.
E tudo isso, note-se, antecedido por um esquisitíssimo prefácio da mãe do autor, no qual ela se refere ao filho como um jumento que nunca fez nada que presta.
 

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